Aos poucos a garota foi abrindo os olhos. Devagar, foi olhando ao redor. Percebendo tudo. Era um novo mundo. Um mundo totalmente desconhecido por seu ser. Era uma criança foragida. Cansada de afundar na escuridão. Pegou seu remo e começou a remar. Foi remando... Remando... Remando... Pensava que, com seu pequeno barquinho de sonhos, poderia chegar onde muitas garotas chagavam. Quando cansava de remar, simplesmente soltava o seu remo e deixava que a maré a guiasse. Hora era guiada por um bom caminho, hora por um caminho cada vez mais obscuro. Quando se encontrava nesse lugar mais obscuro, criava forças para remar mais e mais. Sempre pensando nos olhares das garotas que estavam “do outro lado”. Olhares esse que nunca demonstravam medo. Olhares que eram seguros e sempre alegres, mesmo quando choravam. Olhares que brilhavam.
Essa garota não chorava. Ela simplesmente não sabia bem o que era ‘sentir’. Não havia emoção dentro dela. Era só uma face, simples e estável. A mesma face que lutava para se encontrar em meio às confusões de seu ser. Nem esperança ela tinha muito. Apenas remava por não acreditar em mais nada. Remava só por estar cansada de viver naquela escuridão.
Deixou para trás muitas coisas. Pessoas, presentes, lembranças, anotações, fotos, vida. Deixou tudo e não deixou nada, porque nada era tão relevante que a fizesse querer voltar para resgatar alguma coisa. Pensava em algum dia chegar a algum lugar que pudesse ser melhor do que este em que se encontrava. Um lugar com uma tal felicidade talvez, ou apenas um lugar com um certo sorriso. Mas ficou perdida. Não ficou nem lá nem cá. Ficou perdida no meio do caminho, com seus remos quebrados, sem vento nem maré para guiá-la para qualquer canto que fosse. Sua expressão? A mesma face de sempre. Aquela face mórbida e indiferente a tudo. Ficou lá parada, perdida durante horas, e dias, e anos, e uma década.
Então, num dia fútil, algo a encontrou. Algo forte. Poderoso. Incondicional. Apresentou-se com o nome de “Amor”. A garota, já não mais tão garota, estendeu a mão como quem aceita a ajuda de alguém que implora, insiste em ajudar. Foi puxada. Foi salva. Mas ela não chegou naquele seu destino onde os olhares das garotas não tinham medo e eram seguras. Pois ela tinha medo sim! Medo de perder quem a salvou! Medo de perder o verdadeiro amor da sua vida! Aquele que foi capaz de tirá-la daquela escuridão onde estava perdida. Porém, apesar de todo o seu medo e insegurança, era possível notar o seu olhar brilhando mais do que o de qualquer “garota do outro lado”. Porque o brilho no seu olho, era verdadeiro, era puro. O brilho do seu olhar era inteiramente correspondido pelo seu grande amor.
By Ucha.
Lindo Juh *-*
ResponderExcluirainda bem que quem
apareceu pra ela
foi o amor...
e naum o "negocio"...
ja pensou? ...oq seria dessa
garota se ele aparecesse pra ela???
o.O
bjux ;)
Tamy s2