Como você sabe se uma pessoa é feita de sonhos? Como você sabe se uma pessoa é feita de medo? Como você sabe que ela é feita de si? De orgulho? De amor? De tolice? Como sabe se ela é feita de erros, ou tudo isso junto?
Eu não sei bem do que aquela garota “fina e reta” era feita. Apenas sei que olhar para o seu corpo moreno me levava para outro lugar. Era possível viajar em uma maré de deleite só por uma troca de olhares. Mesmo que só me permitisse ‘viajar’ depois de longas horas de torturas. Seu olhar era fulminante! Era um tiro certo bem no meio do meu peito, que fazia meu coração perder sua sensatez. Ficava extremamente louco e se contraia completamente sem controle. Pulava tão forte e rápido que fazia reflexo nos meus joelhos que tentavam sustentar meu pequeno corpo. Traidores! Todos eles eram uns traidores! Até mesmo meus olhos que, nesse momento, nada mais podia ver além dela. O “ao redor” subitamente desaparecia. Deixava de existir. Todo o meu corpo se aliava a ela e esquecia que a prioridade deveria ser minha sã consciência. Consciência esta que sumia, pois nem minha mente me permitia pensar diante do seu corpo “sem sal”. No meio de sua segunda década, nada era além de um amontoado de ossos cheios de emoções estranhas e possíveis começo de transformações.
O que havia de tão especial, afinal? Será que era apenas um sonho estranho meu? Uma distorção minha? O que meus olhos viam, minha mente refletia de outra forma, talvez? Distorcia para que meu coração entendesse toda a coisa? E essas mesmas duvidas eram as respostas que eu buscava. Sabia que, de alguma forma, aquilo que me acontecia, toda aquela traição do meu corpo, era apenas uma peça pregada pelo destino. Ele – o destino – se encarregou de me castigar. Não sabia o porquê, mas sabia que aquela era a minha condenação. Uma espécie de karma. Eu pagaria pelo resto da minha vida, com a traição do meu corpo, lágrimas e sentimento, por algo que um dia eu fiz ou viria a fazer. Era um caminho sem volta. Era o meu pagamento.
Na verdade nem sempre foi um sonho platônico. Tive um dia de realidade – que, pra dizer a verdade às vezes mais parece sonho mesmo. Mas aconteceu! Meio “torto” e sem jeito, mas REALMENTE aconteceu. Aquele karma um dia foi correspondido. Apenas uma vez. Um momento. Um movimento. Um segundo que durou horas e, por sua vez, uma hora que duraram poucos segundos. Esses anos de espera viraram dias em meio à minha recompensa. Uma única recompensa, que nunca mais terei.
Hoje, conformada com meu karma, sei bem por qual pecado pago. O pecado do receio. O pecado do momento. O pecado de acreditar que sempre tudo vai se ajeitar quando eu estiver pronta.
Pois enfim, os ossos tomaram forma. O “sem sal” deu lugar a curvas desejadas. E, por sua vez, minha tolice e ignorância, deram lugar a uma experiência de vida, que me permite arriscar com ou sem receio, mas só as vezes que é preciso.
O karma ainda existe, e sempre existirá. Na verdade, eu quero mesmo que ele exista na minha vida eternamente. Pois foi por causa dele que eu finalmente aprendi o que é o amor.
By Ucha.
Eu não sei bem do que aquela garota “fina e reta” era feita. Apenas sei que olhar para o seu corpo moreno me levava para outro lugar. Era possível viajar em uma maré de deleite só por uma troca de olhares. Mesmo que só me permitisse ‘viajar’ depois de longas horas de torturas. Seu olhar era fulminante! Era um tiro certo bem no meio do meu peito, que fazia meu coração perder sua sensatez. Ficava extremamente louco e se contraia completamente sem controle. Pulava tão forte e rápido que fazia reflexo nos meus joelhos que tentavam sustentar meu pequeno corpo. Traidores! Todos eles eram uns traidores! Até mesmo meus olhos que, nesse momento, nada mais podia ver além dela. O “ao redor” subitamente desaparecia. Deixava de existir. Todo o meu corpo se aliava a ela e esquecia que a prioridade deveria ser minha sã consciência. Consciência esta que sumia, pois nem minha mente me permitia pensar diante do seu corpo “sem sal”. No meio de sua segunda década, nada era além de um amontoado de ossos cheios de emoções estranhas e possíveis começo de transformações.
O que havia de tão especial, afinal? Será que era apenas um sonho estranho meu? Uma distorção minha? O que meus olhos viam, minha mente refletia de outra forma, talvez? Distorcia para que meu coração entendesse toda a coisa? E essas mesmas duvidas eram as respostas que eu buscava. Sabia que, de alguma forma, aquilo que me acontecia, toda aquela traição do meu corpo, era apenas uma peça pregada pelo destino. Ele – o destino – se encarregou de me castigar. Não sabia o porquê, mas sabia que aquela era a minha condenação. Uma espécie de karma. Eu pagaria pelo resto da minha vida, com a traição do meu corpo, lágrimas e sentimento, por algo que um dia eu fiz ou viria a fazer. Era um caminho sem volta. Era o meu pagamento.
Na verdade nem sempre foi um sonho platônico. Tive um dia de realidade – que, pra dizer a verdade às vezes mais parece sonho mesmo. Mas aconteceu! Meio “torto” e sem jeito, mas REALMENTE aconteceu. Aquele karma um dia foi correspondido. Apenas uma vez. Um momento. Um movimento. Um segundo que durou horas e, por sua vez, uma hora que duraram poucos segundos. Esses anos de espera viraram dias em meio à minha recompensa. Uma única recompensa, que nunca mais terei.
Hoje, conformada com meu karma, sei bem por qual pecado pago. O pecado do receio. O pecado do momento. O pecado de acreditar que sempre tudo vai se ajeitar quando eu estiver pronta.
Pois enfim, os ossos tomaram forma. O “sem sal” deu lugar a curvas desejadas. E, por sua vez, minha tolice e ignorância, deram lugar a uma experiência de vida, que me permite arriscar com ou sem receio, mas só as vezes que é preciso.
O karma ainda existe, e sempre existirá. Na verdade, eu quero mesmo que ele exista na minha vida eternamente. Pois foi por causa dele que eu finalmente aprendi o que é o amor.
By Ucha.
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